Comparação do número de mortes deve ser proporcional, dizem ministros

Ministros discordam de análise com base em termos absolutos

Em entrevista coletiva para atualizar dados sobre o combate ao novo coronavírus, na tarde desta sexta-feira (15), ministros do governo usaram dados oficiais para destacar que o número de mortes no Brasil é menor do que em outros países, em termos proporcionais.

Segundo o balanço apresentado pelo ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), que compara o Brasil com outros sete países, o número de óbitos por milhão de habitantes é 58,6 no caso brasileiro, mas chega a 691,7 na Bélgica; 524,9 na Espanha; 424,4 no Reino Unido; 422,6 na Itália; 369,1 na França; 200,5 no Estados Unidos; e 79 na Alemanha. A comparação foi feita a partir do centésimo caso da doença notificado em cada país.

Um estudo da universidade norte-americana Johns Hopkin, que analisa dados absolutos, coloca o Brasil em sexto lugar tanto em número de casos confirmados da covid-19 (218 mil) quando em número de óbitos (14,8 mil), ficando atrás de Estados Unidos, Reino Unido, França e Itália.

Para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, pelo fato de o Brasil ser um país continental, a comparação com outras nações, com menor população, distorce a realidade da pandemia. “Considerando a população, o Brasil está atrás de praticamente todos esses países. Não estou minimizando as mortes (…), mas é importante que nós tenhamos consciência quando estamos noticiando”, afirmou.

Ramos ainda citou o número de mortes por ano no país, por diversas causas, para argumentar que não se deve causar um “clima de terror” no Brasil.

A coletiva, realizada no Palácio do Planalto, também marcava os 500 dias de mandato do atual governo, mas Ramos ponderou que o momento não é para celebrações. “Não há momento agora para comemorar, o momento é de refletir, como já disse o ministro Braga Netto, fazer um pleito de condolências às famílias que perderam seus entes queridos”.

Em seu pronunciamento, o ministro-chefe da Casa Civil fez questão de ressaltar que, desde o início da pandemia no Brasil, o governo federal realizou mais de 1,8 mil ações e repassou “enorme quantidade de recursos materiais e financeiros” a estados e municípios.

Agência Brasil