Batalhão Ambiental intensifica patrulhamento em defesa do ecossistema aquático alagoano

Fiscalização em rios e lagoas do estado ajudam no combate à pesca predatória, preservando a vida animal

Pelotão Aquático do Batalhão Ambiental protege a reprodução saudável da fauna alagoana
Igor Lessa/Ascom PMAL

Alagoas: termo de origem indígena que significa “terras alagadiças” ou “lugar de muitas lagoas”. Em seus ricos corpos hídricos, a Polícia Militar mantém um importante braço de atuação na defesa das espécies nativas, ameaçadas pelo avanço da predação humana. Com atuação preventiva e fiscalizatória, o Pelotão Aquático do Batalhão Ambiental protege a reprodução saudável da fauna alagoana.

Localizada às margens da Lagoa Mundaú, entre os municípios de Maceió e Marechal Deodoro, a sede do grupamento conta com duas lanchas e dois jet skis, utilizados para realizar o patrulhamento em toda a extensão do complexo lagunar que cerca a capital e a Região Metropolitana de Maceió. Além disso, o pelotão também atua em rios do interior do estado. Segundo o tenente Delmiro, oficial responsável pelo grupamento, o trabalho é voltado à prevenção de crimes ambientais, em especial à pesca predatória.

“Nosso trabalho é executado a partir do patrulhamento embarcado, com foco nas áreas das Lagoas Mundaú e Manguaba. O policiamento é feito de forma ostensiva em áreas frequentadas por pescadores e marisqueiros. Além disso, nossas equipes executam operações conjuntas com os demais órgãos fiscalizadores para flagrar possíveis irregularidades e crimes ambientais”, destacou o militar.

O trabalho em números

O Batalhão Ambiental já realizou 29 operações de fiscalização em rios e lagoas do estado nos primeiros cinco meses do ano. As ações resultaram no resgate de 51 animais que foram capturados de maneira irregular. Segundo o BPA, a maioria das ilegalidades está na utilização de instrumentos inadequados na captura dos animais.

“A principal irregularidade está no tamanho da malha das redes de pesca. Se ela for menor que o permitido, aquele instrumento termina prendendo também espécies ainda fora na fase de captura, incluindo filhotes. Isso tem um impacto direto na reprodução futura desses animais”, afirma Franklin.

Outra ferramenta nociva ao estoque pesqueiro é uma artefato conhecida como “candango”. Os pescadores criam uma forma de funil ao prender a rede em duas estacas de madeira em posições estratégicas, fazendo com que todas as espécies daquele espaço sejam capturadas, sem qualquer filtragem sobre o tipo ou tamanho de animal permitido. Nos últimos dois anos, 41 candangos foram retirados de circulação em ocorrências do Pelotão Aquático.

De acordo com as estatísticas da PM, as cidades que compõem o complexo Mundaú-Manguaba concentram a maioria das ocorrências de crimes ambientais envolvendo a pesca com apetrechos proibidos. Foram 96 chamados em Maceió, Marechal Deodoro e Pilar nos últimos dois anos. Do total, quase 70% das ocorrências aconteceram em Marechal, cidade banhada pelas duas lagoas.

Para mitigar os efeitos na região, o Batalhão Ambiental deflagrou ações fiscalizatórias nos municípios. Em dois anos foram realizadas 116 operações, que resultaram na identificação e punição de 142 indivíduos. Deste total, 136 sofreram sanções administrativas, enquanto seis pessoas foram presas.

Agência Alagoas