Henrique Pires é empossado como secretário especial da Cultura

O jornalista gaúcho defende propostas para formação de plateia e apoio a artistas em regiões com menor acesso a produções culturais

O jornalista gaúcho Henrique Medeiros Pires assinou, na tarde desta sexta-feira (4), o termo de posse como secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania. “Estou extremamente honrado em ascender a este posto. Vou me dedicar o máximo que puder e seguramente honrar esta cadeira. Acompanho desde o início o trabalho do Ministério. Espero contar com a colaboração de todos os servidores do quadro, efetivos, servidores anistiados, de todos os que estão compondo a equipe do antigo Ministério da Cultura, agora Secretaria Especial. Muito obrigado”, afirmou, logo após assinatura, no gabinete do antigo Ministério da Cultura, em Brasília.

Pires tem histórico de atuação na área. Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel – RS), foi diretor do Departamento de Arte e Cultura e atuou na criação dos cursos superiores de Cinema e Animação e Teatro. Também foi secretário municipal de comunicação de Pelotas e dirigiu fundações de cultura, entre elas o Instituto João Simões Lopes Neto. Presidiu a extinta Fundapel e foi coordenador de feiras de livros, festivais de teatro, dança e artes visuais, e um dos responsáveis pela preservação de sítios históricos no Rio Grande do Sul.

Desde 2016,Pires atuava como chefe de gabinete do ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Osmar Terra, atual ministro da Cidadania. É graduado em Estudos Sociais pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel –RS), com especialização em formulação de políticas públicas pela Universidade de Salamanca (Espanha).

Cidadania e cultura

O secretário está animado em trabalhar a cultura sob a perspectiva da cidadania. “Seguramente um povo mais culto exerce melhor sua cidadania. Vamos olhar para o esporte, a cultura e o desenvolvimento social como mecanismos para utilização plena da cidadania.”

Sua gestão vai focar em dar visibilidade e transparência aos projetos e à cadeia que envolve todo o processo de produção cultural “que não aparece, mas é necessária para o bom resultado do espetáculo”. “Precisamos fazer com que as pessoas entendam que atrás daquele personagem famoso que está no palco tem um exército de anônimos que vivem disso.”

Sobre as inovações que pretende realizar, Pires cita a criação de editais em parceria com estatais para fomentar a formação de público em regiões com menor acesso a produções culturais, especialmente nos pequenos municípios, e a promoção de artistas que têm mais dificuldade de ter acesso a incentivos como a Rouanet.“Mais Brasil, menos Brasília”, diz ele, reproduzindo frase do presidente da República Jair Bolsonaro. O secretário também quer manter a política de redução do passivo das prestações de contas dos projetos culturais e reduzir o prazo para acerto fiscal depois de concluída a análises dos projetos.

Em relação à fusão das pastas, o secretário afirmou ser benéfica, e citou como exemplo de resultado positivo de integração de áreas o programa Criança Feliz. “Um dos tópicos do programa é o estímulo a jovens mães para lerem nos primeiros mil dias da criança. Isso tem sido um sucesso. Ao ler o livro para o filho, a mãe está fortalecendo vínculos e ao mesmo tempo desenvolvendo o gosto pela leitura na criança.”

Para ele, a mudança de ministério para secretaria de maneira nenhuma representa um rebaixamento. “A própria manutenção das tabelas remuneratórias das pessoas que trabalham no ministério atestam que isso não mudou. A única diferença é que o ministro passa a ser um secretário especial dentro de uma estrutura de um Ministério da Cidadania”, argumenta. Pires lembra que, no mundo, o Ministério da Cultura nasceu graças a um militar eleito na França: Charles De Gaulle. “Se olhar o histórico do MinC na França, as estruturas permanecem iguais mas varia a nomenclatura: às vezes é secretaria, às vezes é ministério. Isso nunca causou problema nenhum.

Historicamente,o cinema francês está cada vez melhor, as instituições cada vez mais fortes, as discussões cada vez mais intensas. O que temos de fazer é dar suporte para quem cria, para quem produz, para quem trabalha. O status do ministro, se ele vai ter foro privilegiado ou não, é uma questão irrelevante.”

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cidadania