Maceió inicia oficina para debater demandas e projetos para a orla marítima

Evento faz parte do Programa Orla, para planejar a utilização harmônica da região por seus diversos usuários

Foto: Jonathan Lins (Secom Maceió)

Maceió iniciou nesta segunda-feira (27) a primeira Oficina de Planejamento Participativo do Programa Orla, em que diversos setores da sociedade e do poder público irão apresentar suas demandas e sugestões para construir uma espécie de plano diretor para toda a orla marítima da Capital, do Pontal da Barra a Ipioca.

O encontro será realizado até a próxima sexta-feira (1°), das 08h30 às 17h30 no Senai, no bairro do Poço, e conta com a presença de secretários municipais, representantes dos governos estadual e federal, entidades representativas, moradores, comerciantes e instituições que tenham relação com a região.

De acordo com a diretora executiva do Planejamento Urbano e Cidade Inteligente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maceió (Iplan), Maria Luiza Machado, o objetivo da oficina é construir o Plano de Gestão Integrada, onde estarão registrados desde o estudo de uso e ocupação da orla até as demandas e ações propostas. O documento também definirá os integrantes do comitê gestor do programa, eleitos durante o evento.

“Vários setores que atuam na orla precisam estar aqui para falar suas demandas. São associação de moradores, ambulantes, donos de barracas, donos de bancas de revista e quiosques. O Programa Orla faz parte do projeto do governo federal e vai promover várias atividades em que as pessoas poderão dizer como veem a orla, e discutir questões sobre acessibilidade, preservação ambiental, infraestrutura e outros aspectos”, explica a diretora.

Foto: Jonathan Lins (Secom Maceió)

O secretário de Planejamento de Maceió, Antônio Carvalho, reforçou a importância da participação da sociedade no encontro e demais atividades do Programa Orla. Ele destacou que a região é a mais conhecida fora de Maceió, e é esse um dos motivos por que o Município está empenhado nesse processo de ordenamento.

“É um processo eminentemente participativo, até porque são as pessoas que vão usar o espaço que vai resultar disso. Para que seja efetivo, elas têm que participar, têm que trazer para a gente, de fato, o que é necessário ser feito. É um processo que vai abarcar as diferentes demandas dos setores”, afirmou.

Também presente na oficina, a secretária-adjunta de Turismo, Josi Mendes, apresentou dados que vão ajudar a orientar os debates, tendo em vista a importante movimentação da economia gerada pelo setor.

Ela informou que em 2021, a capital teve 60% de leitos ocupados ao longo do ano, e em 2022, a partir dos investimentos realizados pela Prefeitura, a ocupação chegou a quase 90%. Os números mostram a relevância da orla para a geração de emprego e renda.

“O que é vendido lá fora é a nossa orla. A partir dali, daquela região, os ambulantes, o pessoal das cadeiras, os bares e restaurantes, os vendedores indiretos, todos têm ganhos. Nesse momento, vamos ouvir a comunidade, as pessoas que trabalham naquela região, e entender de que forma a gente pode atendê-las”, explicou.

A oficina contou com a presença da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), por meio do superintendente substituto em Alagoas, Mário Gama. Ele citou a necessidade de atender as demandas dos diversos públicos da região para uma utilização harmônica da orla, que não necessariamente vai envolver a urbanização, como acontece nas praias do Litoral Norte. O planejamento da orla é uma ação que ocorre em todo o Brasil.

A artesã Gerlane Ingrid fez questão de estar presente no evento para apresentar suas necessidades e dar voz à categoria. Ela está animada para ver as propostas que serão lançadas durante o encontro. “Esse é um momento crucial para todos nós. Eu espero sair daqui com uma grande perspectiva que venha beneficiar artesãos que trabalham na orla há tanto tempo”, disse.