Orientação: Sabe o que é disfagia? Fonoaudióloga do HGE explica

Distúrbio pode contribuir com a desnutrição, desidratação e pneumonias aspirativas

Considerada de alta prevalência em unidades de emergência, a disfagia é uma alteração na deglutição, que pode ocorrer em diferentes fases da vida, especialmente em idosos, podendo trazer sérias consequências à saúde. Segundo a fonoaudióloga do Hospital Geral do Estado (HGE), Ana Paula Cajaseiras, o distúrbio pode atingir, principalmente, pacientes vítimas Acidente Vascular Cerebral (AVC), trauma crânio encefálico, doenças degenerativas e cânceres de cabeça e pescoço.

Entre os sintomas do distúrbio encontra-se a dificuldade ao engolir, a sensação de algo parado na garganta, tosses ou engasgos frequentes. Esses engasgos, aliás, de acordo com a fonoaudióloga do HGE, são causados por alimentos ou pela saliva, cansaço, febre, rouquidão ou restos de comida na boca, após alimentação.

Ana Paula Cajaseiras salienta que o distúrbio de deglutição tem impacto na saúde pulmonar, na hidratação, na nutrição e no convívio social, relacionado a alimentação. “Comprometendo a deglutição, a disfagia orofaríngea, como é chamada, pode resultar em desnutrição e desidratação. Além disso, o paciente pode ser exposto ao risco de aspiração (quando o alimento vai erroneamente em direção aos pulmões) e suas complicações, principalmente, pneumonias aspirativas”, alertou.

Tratamento – A fonoaudióloga do HGE explicou que o tratamento é clássico, feito pela fonoaudiologia, mas, muitas vezes, se precisa de medicamentos e procedimentos cirúrgicos. Também, segundo Ana Paula Cajaseiras, é necessário o manejo nutricional, comandado pelo nutricionista, com a presença da fisioterapia e da enfermagem, que também dá um suporte para o manejo da alimentação.

“São realizados exercícios com fonoaudiólogos, para auxiliar na coordenação dos músculos da deglutição ou a estimular os nervos que acionam o reflexo da deglutição. Em alguns casos é necessário o uso de um tubo para esticar o esôfago, visando dilatá-lo. Isso pode ser feito através da endoscopia, com um balão especial anexado para expandir a largura do esôfago”, salientou.

Ascom Sesau